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POR QUE A TRADUÇÃO?

Hoje, mais de 180 milhões de pessoas não têm nem ao menos um versículo traduzido em sua língua materna. O número de idiomas em que a tradução da Bíblia ainda é necessária é de 1.650*. No Brasil, de um total de 344 etnias indígenas, temos 94 que são isoladas ou necessitam de mais pesquisas. Dentre os 250 povos conhecidos, apenas 6 contam com a Bíblia completa, 39 com o Novo Testamento completo e há ainda alguns povos que possuem apenas porções bíblicas. De acordo com o Relatório do DAI atualizado em 2018**, existem 164 etnias não-alcançadas no país e há claramente a necessidade de tradução bíblica para 11 línguas indígenas. 

Como afirma Ronaldo Lidório, “o desafio vai muito além das estatísticas e das palavras, pois é composto por faces, histórias e culturas milenares, as quais têm sofrido ao longo dos séculos a devassa dos conquistadores, a forte imposição socioeconômica, etnofagias e perdas culturais irreversíveis”. 

 

* De acordo com dados do ProgressBible Team publicados no SNAPSHOT em português - outubro 2022

** DAI – AMTB. Relatório Indígenas do Brasil –Atualização 2018.

Contexto brasileiro

Nosso país possui a maior densidade linguística e diversidade genética dentro do contexto sul-americano e, paradoxalmente, uma das menores concentrações demográficas por língua falada. As 181 línguas indígenas são distribuídas em 41 famílias, dois troncos e uma variedade desconhecida de línguas isoladas . Em meio a esta gritante diversidade apenas 3 etnias (Tikuna, Kaingang e Kaiwá) possuem mais de 20.000 pessoas e a média de falantes por língua é de 196 pessoas. 53 povos têm menos de 100 indivíduos e há aqueles com menos de 10 representantes, como os Akunsu, com 7 pessoas, os Aruá com 6 e os Juma também com 7 indivíduos. 

Tais grupos minoritários também precisam de nossa atenção para que seja cumprido nosso chamado de fazer o Evangelho conhecido em todos os povos, línguas e nações. Para alcançá-los, assim como as demais etnias sem presença missionária e igreja indígena, precisamos de mais obreiros (estrangeiros, brasileiros e indígenas) dispostos a se esmerar no estudo linguístico e se preparar da melhor forma possível para transmitir o evangelho para estes grupos. 

Como explica o pastor Ronaldo Lidório, o “bloco indígena” em nosso país estava totalmente desassociado do movimento de crescimento de Igreja do restante da nação e a maior prova disto é que, segundo o missiólogo Enoque Faria, temos hoje o mesmo número de missionários entre indígenas que tínhamos 10 anos atrás, mostrando que este é um movimento colocado à parte pela grande massa de igrejas brasileiras. A obra missionária, bem como os missionários que trabalham em outros países possuíam mais reconhecimento, ou status ministerial, do que missionários que atuavam entre indígenas brasileiros mostrando que em nossa prática missionária quanto mais longe melhor. Além disso, pelo menos 80% dos candidatos à obra missionária transcultural em seminários e cursos bíblicos com os quais me deparava possuíam um forte desejo de servir ao Senhor além mar e poucos pensavam na possibilidade indígena

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